segunda-feira, 9 de julho de 2012

E se foi o domingo...

Acordamos cedo para arrumar a casa. Meio-dia receberíamos pessoas interessadas em comprá-la. Pessoas interessadas na casa que eu tanto gosto e tenho como minha. Eu sei, a casa é de aluguel e tudo é temporário, mas explica isso para meu coração teimoso que insiste em se apegar a causas perdidas.

Os interessados vieram. A K. capitaneava a excursão e ficamos do lado de fora, meio que expulsos momentaneamente da nossa vida. Eles passearam por tudo enquanto eu mentalmente tentava lembrar se estava tudo em ordem (mania obsessiva).

Saíram daqui felizes. Honestamente gostaria que ficassem com a casa. Era uma família grande (vieram em dois carros, sendo um uma van) e até os avozinhos vieram. Têm três cachorros branquinhos... é, seria bom.

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Depois de um dia chuvoso o sol está se pondo. Que fotografia linda que daria...

domingo, 8 de julho de 2012

Confissões


Eu tenho vergonha do meu fracasso. É isso, admiti em voz alta... tenho vergonha do meu fracasso. Então, com medo de falhar, nem tento. Numa escala, quão patética é essa verdade?

Gostaria de dizer que “há uma pressão”, que demandam demais de mim, mas isso não é verdade. O que se espera é que eu seja bem sucedida já que (dizem) eu tenho todas as ferramentas para isso. Honestamente não sei da onde vem essa idéia. Não tenho droga de capacidade nenhuma. Nem esforçada eu sou.

E o mais ridículo disso tudo é que eu mesma me boicoto. Eu mesma me desestimulo. Sim, porque posso não ser um ser brilhante, mas sou teimosa, e como tal só paro quando alcanço a meta. Sou insegura... mas não quero que ninguém saiba disso.

Por isso me dilacera ter que voltar... ao menos aqui, longe, eu posso camuflar minha vida, deixá-la mais interessante numa narrativa. Mas perto, vou precisar transformar meu conto de fadas em realidade, e isso pode ser muito complicado.

Não consigo me lembrar quando foi a última vez que me comprometi com algo. Que realmente me dediquei com afinco a um objetivo... ah, lembro sim, foi no Exame de Ordem. E depois daquilo, um buraco negro me engoliu. Naquele tempo eu teria me tornado uma excelente advogada. Com aquele tanto de conhecimento, teria passado fácil num concurso qualquer... mas eu desisti. Me conformei com o quase nada que eu tinha e achei que estava bom.

Como diria minha mãe: falta brio.

Mas agora que caiu minha ficha... ainda há tempo de mudar. E agora, há motivo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Independence Day!


E ontem foi dia de cantar o hino com a mão no coração, beijar a bandeira, ver as bandinhas na parada da cidade e assistir os fogos de artifício, tudo porque o Will Smith salvou a América dos alienígenas!

Ironias a parte, o 4 de Julho é um dia bem bacana aqui nos Estados Unidos. Para começar acho que é o único dia do ano (não estou bem certa quanto ao Dia de Ação de Graças) em que não se trabalha. Sério, o povo aqui é bem maníaco. E pelo que andei vendo, as leis trabalhistas ainda estão no tempo do feudalismo (exemplo, se você falta ao trabalho por estar doente, simplesmente tem esse dia – ou quantos você deixar de laborar – descontado do seu salário).

Em Austin teve Orquestra Sinfônica (tocando musiquinhas patrióticas) no Cedar Park. Famílias inteiras reunidas em um piquenique, curtindo seus enlatados e esportes bizarros (freesbe até que é legal). Um a parte para o material de piquenique. Sensacional!!!! Quero um kit cesta-cobertor-taças-e-cadeirinha pra ontem!

Claro, de manhã teve as tradicionais paradas, tal como no Brasil, mas na versão americana (ou seja, na frente das bandinhas tinham aquelas meninas fazendo acrobacias... confesso que gostei, #nãosoumaisamesma).

A principal diferença entre o Dia da Independência brasileiro e americano creio seja a integração das pessoas. No Brasil fica cada família na sua, sem ter muito o que fazer. Por aqui todos vão aos parques, onde há música ao vivo e diversas atividades.

Aliás os parque daqui merecem um post especial. Queria vê-los em Foz.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

A História da Jabirosca


Adoro Natal! Sério! Encaro cada presente como uma missão. O objetivo é acertar o alvo, independente do preço (por óbvio, se puder economizar um pouquinho não vou achar ruim). Com isso transformo o fim de ano numa verdadeira maratona e me divirto com isso.

Claro que sempre fico naquela expectativa do que eu vou receber em troca. Por favor, não me entenda mal. Não faço isso pensando nos presentes que eu vou ganhar, mas vejo tais presentes como sinônimo de quão bem a pessoa me conhece (ou se importa). E que fique claro que o valor é sumariamente desconsiderado.

Preciso ainda contar que my dear é do tipo que acredita que Natal (Dia dos Namorados e similares) é apenas uma data inventada pelo capitalismo para movimentar o comércio e fazer com que as pessoas gastem dinheiro num falso sentimento de união blá, blá, blá, whiskas sache, ZZzzzzRóinc!

Isto posto, Natal passado foi nossa primeira data importante juntos, e lá estava ele cercado pela minha família, espremidos na sala ocupada pelo pinheirinho e vários pacotes.

Pouco antes disso ele acompanhou minhas aventuras pelo shopping, então mais ou menos já sabia o que iria enfrentar naquela noite. Assim, esperto que só ele, armou-se de vários recortes de papel onde estavam meus fictícios presentes, com a excelente desculpa que não fazia sentido trazê-los, pois precisaríamos de todo o espaço disponível na bagagem para a viagem de volta.

Foi assim que ganhei o Bullet! Um carro incrível que nem nos meus sonhos mais otimistas esperei ter. Ocorre que o veículo em questão era a paixão do digníssimo, ou seja, toda vez que eu assumia o volante ele quase enfartava do meu lado.

O outro carro era a Jabirosca... molenga, instável e com uma cara de paraguaia impressionante (leia-se carros paraguaios não pessoas, ok? Olha o preconceito!!!). Em resumo, amor nível zero!

O Bullet foi embora mês passado (depressão total) e sobrou quem???? Adivinha se conseguimos vender a dita-cuja?

Agora temos a Jabirosca, cuja posse me é rara. E para minha grande tristeza descobri dia desses que a bendita foi escolhida e desejada pela antecessora (quem manda vasculhar o passado alheio. Toma!) e agora peguei um desgosto pela bicha que vou te contar...

E como tudo aqui precisa de carro pra chegar... ou encaro a monstrenga ou vou a pé, com 50 graus na cabeça. Ai que saudades do Sr. Logan... ao menos era meu, escolhido e pago por mim!

Ai você se pergunta, e porque cargas d’água eu estou pensando no Natal?? Uai! Já não ta na hora de começar a planejar??? :D

Rachaduras


Falar sem pensar invariavelmente é um problema. Dar asas a imaginação, criar desdobramentos para uma única cena e daí assumir que suas conclusões são verdades absolutas e então sair acusando é no mínimo, uma temeridade.

Relacionamentos são complicados. Por mais que se ame, respeite e admire a pessoa ao lado, há sempre uma voz (infame) no fundo da sua cabeça que te coloca a pensar... a questionar o que você tem (por melhor que seja).

Afinal... nada pode ser assim tão bom, certo? Não existe a felicidade absoluta, logo, se tudo aparenta ser tão perfeito é porque certamente há algo muito errado que não estamos enxergando. 

Aí a paranoia assume as rédeas e você deixa de responder por si. Perde-se em suas próprias fantasias acreditando que as teorias mais mirabolantes possíveis são de fato a realidade, e a realidade de fato é mera ficção.

Com isso desencadeia-se uma série de questionamentos, testes e provocações (vulgo, alfinetadas), até culminar na fatídica DR (carinhoso apelido para “discutir a relação”). Aflora-se um turbilhão de sentimentos incubados e alimentados somente por você, e o outro, alvo de artilharia pesada, fica ali, rindo meio bobo, sem entender o que está acontecendo.

Até que ele percebe que não está rindo por ser bobo, mas por achar aquela situação tão ridícula e tão fantasiosa que não há outra reação imediata possível. Sim, porque passado o choque inicial, vem aquela onda de revolta. 

“Como assim você desconfia de mim? Que absurdo é esse? Por que eu não faço nada mais na minha vida que me dedicar a você... e ainda assim você não confia em mim?” E pronto, armou-se a zona de guerra. Eis que o outro começa a refletir e sua conclusão (lógica) é que se você desconfia é porque não é digno de confiança... inverte-se os papéis e o acusador de repente se dá conta da grande bobagem que fez. 

Mas agora já é tarde. O acusado, vítima no caso, já está processando as informações, e ele mesmo já criou suas próprias teorias mirabolantes, com soluções e desculpas estapafúrdias, mas que em sua concepção fazem todo o sentido do mundo, exatamente o mesmo processo pelo qual passou o acusador. 

E nessas horas, se não há uma base sólida (sim, porque apaixonados tendem a ser ridículos), tudo aquilo que foi construído com tanto amor e dedicação desmorona tal qual prédio implodido.

Não peque por isso. Ter dúvidas parece-me ser normal, e você pode (e deve) saná-las o mais breve possível (não convém criar um monstro embaixo da sua cama). Todavia escolha muito bem o método de abordagem. Sabendo perguntar, não há pergunta que ofenda.