quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Salvem os Beagles

Acompanhar o que se passa no Brasil estando fora do território nacional certamente viabiliza um outro ponto de vista sobre os acontecimentos.

O que tenho visto é que nós, brasileiros, reagimos apaixonadamente em relação ao que é apresentado, sem contudo parar para raciocinar. Tem uma imagem que não sai da minha mente enquanto leio as infinitas discussões na internet, que é a de um desenho em preto e branco, no estilo tirinha de jornal, onde uma multidão enfurecida (com direito a fumaça causada pela locomoção do grupo) ataca ferozmente certo ponto a direita, até que sua atenção é chamada para a esquerda, ficando nesse vai e vem infinito.

Não vejo daqui ninguém realmente se aprofundando em assunto algum. Apenas repetem-se informações superficiais... é a fúria do eco. Tome-se por exemplo os beagles do Instituto Royal: com base nisso soltaram uma lista no Facebook informando as empresas que se utilizam de testes em aquelas que supostamente não fazem uso desse recurso.

Posso estar incrivelmente enganada (e realmente espero estar), mas quantos dos compartilhadores dessa lista foram investigar a veracidade dessas informações? No site do PETA a lista de empresas que testam em animais é quase interminável. Basicamente tudo que existe no mundo moderno fez uso de testes, mas apenas algumas empresas foram postas na berlinda.

E mais, há quem afirme que tudo (sem excessão) um dia já passou por esse tipo de teste,  e que a tal lista do PETA refere-se a produtos finais que não seus componentes. Ou seja, cada um dos itens da longa lista que formam seu creme foram testados, mas o creme em si não. Oi?

Do que andei me informando as leis para testes em animais são bastante severas e consideram essa prática a última alternativa. Ok... ainda há o sofrimento dos pobres e indefesos bichinhos. Poderíamos testar na população carcerária então? Claro! Mas Hitler já fez isso e ele não foi muito bem visto pela História.

Então, se cada mínimo composto passa por esses testes (e espero que uma vez aprovado ele não se repita) qual seria a solução? Poderíamos regredir e abandonar a vida moderna... eu particularmente acho essa ideia linda! Mas não muito prática posto que a maioria dos seres humanos não iria gostar de não ter mais internet e micro-ondas.

A única resposta que vislumbro é vigilar... evitar abusos, práticas desnecessárias, nos tornarmos seres conscientes, que se importam com o mundo a sua volta (e de fato sabem o que esta se passando). E na medida do possível adotar práticas que ajudem o planeta a se manter saudável.

Eu estou tentando abandonar o consumo de carnes, todo e qualquer tipo. Não que não goste delas... mas por consciência. Além de respeitar a vida alheia eu sei como os frangos se desenvolvem nas granjas modernas e eles não são saudáveis, para não mencionar o procedimento de abate. Quisera eu ter a vida do Chico Bento, que trata seus animais com o devido respeito e só usa aquilo que a natureza oferece. Esse é o ideal. 

Também procuro plantar meus vegetais e evitar agrotóxicos, mas minha horta na janela está longe de fornecer tudo o que eu preciso.

Acho que a palavra chave para rumar a um mundo melhor seria respeito. Como no batido discurso dos círculos de água. Quando se atira uma pedra num lago sereno, dá-se a formação dos círculos. Resumo, mude você e suas atitudes para mudar o mundo. Pode parecer pouco, mas é alguma coisa e alguma coisa é muito melhor que nada.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

One sad song

Nada de "great day". Nada do frisson que eu deveria estar sentindo pela iminëncia de receber meus pais na minha casa pela primeira vez em toda minha vida. Nada de ansiedade pela minha primeira aula amanhã.

Nina não vem. Há tanta coisa que pode dar errado nessa viagem que é melhor que ela fique no Brasil. Posso buscá-la ano que vem.

Mais um ano sem Nina. Prá quê viver aqui então?