segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Hanoi / Halong Bay, Vietnam - Parte I

Faltando um mês para deixarmos Macau para trás, marido encasquetou com uma escapadela romântica na cênica Halong Bay, Vietnam. Lá fui eu atrás de imagens no Google e de fato, parecia incrível. Dessa vez, porque era ideia dele, ficou tudo a seu cargo e eu só fui palpitar no tipo de cruzeiro a ser feito porque ele achou que havia opção melhor do que ele havia reservado.

Nem precisei pesquisar muito e achei um relato de uma brasileira que havia passado por lá mencionando a poluição, nossa vilã favorita. Disse isso a ele, mas porque estava tão empolgado com o lugar (tanta propaganda de amigos) e tão desesperado pra fugir de Macau que fez-se de surdo.

Saímos de “casa” com a poluição batendo os 140 (de acordo com a Organização Mundial de Saúde, o máximo indicado é 60, para uma vida saudável). Chegamos em Hanoi com 184!!! E pra completar o quadro eu esqueci minha fiel companheira de aventuras asiáticas (minha máscara).

Absolutamente impotentes rumamos para o hotel, de longe o pior pulgueiro que já nos enfiamos. Nem deu para achar graça, o pânico de não conseguir respirar era tanto que consumiu boa parte da noite onde tentávamos achar uma solução por meio da decrépita internet oferecida (mas existente, não estou reclamando).

Quando digo que chego em casa e abraço meu purificador de ar ninguém me leva a sério. Mas é inexplicável a alegria e conforto que se tem ao entrar em um ambiente que você sabe estar seguro. É como colo de mãe depois de um pesadelo. Não sou fresquinha nem nada, mas dessa vez me rendi ao medo e lá fiquei na cama, morrendo como um peixe fora d’água.

Ao amanhecer o plano A era voltar pra casa. Mas a confusa Air Macau disse que alguém em Macau (oi??? nunca ouviu falar em cartão de crédito???) precisava pagar a multa de alteração de voo que era praticamente o preço de outro bilhete. Como também foi impossível cancelar as demais reservas, o jeito foi ficar e tentar se proteger da melhor forma possível.

Pôs-se em curso o plano B, conseguir as tais máscaras. Aqui ao menos consegue-se compra-las sem ser por encomenda da internet. Sete e meia da manha, a lojinha atendeu nosso chamado (uia, que impactante, hehe) e depois de muita (mas muuuuuuita) insistência e explicações (não senhora, não podemos ir a Hanoi porque estamos no aeroporto no momento e temos que chegar em Halong Bay - que fica no sentido oposto - antes do meio dia sob o risco de perdermos o barco) a vendedora concordou em nos enviar as tais bóias da salvação máscaras.

Eba, em 20 minutos o motoboy deveria nos encontrar e entregar “a mercadoria”. Uma hora depois, com o motorista fervendo de raiva no celular, achamos o tal entregador no meio da rodovia (o lugar marcado mudou umas cinco vezes porque o tal banana, digo, motoqueiro não era o ser mais esperto do mundo). Mais telefonemas (nem motorista nem entregador falavam inglês e nós sabemos absolutamente nada de vietnamês) e tempo depois pagamos as mascaras e seguimos viagem.

No momento estamos a caminho do barco, e a não ser que a poluição esteja me pregando peças, acho que vai chover… Observando as pessoas que passam por nós tenho que reconhecer, os vietnamitas se cuidam muito mais que macaenses ou hong kongers. De cada cinco pessoas ao menos quatro estão com uma mascara similar a nossa, que conforme o Google (nosso oráculo, como se percebe) é o que se encontra de melhor por essas bandas.