quarta-feira, 18 de março de 2015

A Vítima


As vezes o Facebook é bastante útil. As vezes só me irrita profundamente com aquelas fotos de gente feia cheia de comentários como “liiiiindaaaa”, vidas surreais que focam só no supérfluo da situação e opiniões políticas desbaratinadas que nunca rendem uma boa discussão.

Contudo, por vezes me leva a encontrar textos realmente bons. Como esse (que não vou colar aqui, mas recomendo a leitura). Seria tão bom por toda a culpa nos hormônios ou outros fatos exteriores, mas fato é que por vezes eu sou um monstro.

Diz o titulo do texto: Eu não estava tratando meu marido bem e isso não era legal. Nele a autora narra como explodiu com o pobre coitado que comprou uma caixa de hambúrgueres diferente daquela que ela costuma comprar e como no meio da inflamada bronca ela percebe quão injusta é aquela situação. Ela sou eu.

Tenho essa raiva dentro de mim que explode pelos mais bizarros motivos. É como se entrasse numa viagem mental, uma egotrip desgovernada na qual eu sou a grande vítima da humanidade. Todos estão contra mim, ninguém me entende ou reconhece meu esforço/valor, e por aí vai.

O meu alvo preferencial é meu querido marido. Sinceramente não sei como ele aguenta. É ele pois basicamente estamos juntos 24h por dia. Mas já tive outros alvos, como um chefe que queria um bom serviço e eu queria que ele se contentasse com um resultado relaxado porque de certo eu era boa demais pra me dedicar aquilo (não gostava do setor e o culpava por estar ali).

Tenho reparado esse comportamento há um certo tempo e não há como não conecta-lo com o ócio mental. A falta de algo que sugue absorva minha energia deixa margem a todo esse excesso. Está faltando me apaixonar novamente, me entregar de corpo e alma.

Não que não tenha coisas pra fazer. Tenho, e muitas. Os dias passam e eu nem vejo. Se me perguntam a quanto tempo estou em Oman, sempre respondo três meses, mas na realidade são mais de cinco já. Tem um bebê chegando e um quartinho a ser organizado (finalmente com tudo dentro, só preciso encontrar uma ordem para aquilo, mas mamis está a caminho e ela é mestre em mudar móveis de lugar). Mas falta paixão, dedicação.

Já sei o espelho no qual perdi minha face (ah Cecília e seus sábios poemas, quando memorizei esse na adolescência, não tinha ideia que seria meu destino) e como recupera-la, mas então por quê ainda patino no mesmo lugar?

2 comentários:

  1. De qualquer forma é sempre bom verificar os hormônios e a ferritina rsrs Eu passei por isso na gravidez (meu marido dizia que eu estava surtada rsrs) brigava e chorava quando ele trazia algo diferente do que pedi, ou quando a garçonete colocava açúcar no meu suco, ou quando me mandaram carne de sol quando pedi strogonoff, também estava nervosa com o setor que trabalhava, odiava meu chefe e sub-chefes, relatando isso pra minha obstetra ela me receitou fluoxetina segundo ela para passar a vontade de pisar no pescoço de alguém... e realmente passou. Depois da gestação voltei ao normal mas passados um ano e meio qdo parei de amamentar estava tendo explosões muito parecidas com as da gravidez, além de um cansaço que nunca cessava e resolvi procurar o endocrinologista, minha ferritina estava lá em baixo 6,5 % (normal é acima de 13), agora 15 dias após começar a tomar o Neutrofer já me vejo bem melhor, achei até graça de coisas que há 15 dias atrás me irritavam profundamente. Adorei ler seu texto lá no Fufu !Beijo e fica bem!

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  2. Me vi na cena do suco, kkk! Vou aproveitar a ida ao medico e pedir esses exames! Bjos!!!

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