segunda-feira, 25 de junho de 2012

Daqui cinco anos‏

Alguma vez você já se obrigou a fazer uma projeção mental sobre o seu futuro? Na tentativa de descobrir como você estará a, por exemplo, cinco anos? Estou nessa função já tem dias e não pensei que fosse algo tão difícil. Daí me pergunto se é difícil só para mim ou olhar para o futuro é algo que comumente não fazemos.

Pela minha experiência eu sei o que eu quero ter, como quero viver, com quem gostaria de estar, mas não tenho a menor pista de como chegar lá. Isso inevitavelmente me leva a questionar quando perdi meus objetivos.

Por mais que eu pense não consigo lembrar porquê deixei de sonhar e quando foi que passei a somente existir. Eu não era assim... sempre tive tantos planos, mediatos e imediatos, estratégias, segundas opções. E agora, nada. Há um branco tanto para o meu passado quanto para o meu futuro.

Viva um dia de cada vez, aproveite o presente, e tantos outros conselhos no mesmo sentido. Foi isso que eu adotei... e foi assim que me perdi.

O presente é muito importante, mas também o é o futuro e o passado. Esse pelas lições aprendidas e aquele pelas metas que impõe.

Assim, quando me perguntam o que quero ser, onde quero estar ou o que estarei fazendo em cinco anos e essa neblina me abraça como resposta, só me resta mesmo esperar até que ela dissipe. Lanternas ou luzes não ajudam nessas condições.

Acredito que as manhãs guardam o véu da natureza, logo, não tenho qualquer intenção de esperar o dia inteiro para me mexer. Contudo não acho prudente sair correndo as cegas.

Em resposta ao título (e a sua pergunta), daqui a cinco anos eu gostaria de ser segura de mim. De estar feliz, em uma boa casa, com um bom emprego (não sei qual, não sei o que... só sei que tem que ser algo que me satisfaça), talvez com uma família (começo a ter medo dessa ideia porque, de repente, os filhos que eu tanto desejei passaram a ser a razão de toda essa urgência de ser bem-sucedida, sem me deixar tempo ou margem para errar e começar de novo).

Onde será isso? Não sei... mas sei onde não será... em Foz por exemplo. Não quero voltar para lá. Por tudo que se apresenta, a resposta lógica é o Rio, mas isso não significa que eu quero ir para lá... bem como também não significa que eu não quero. É complicado. Quando estava lá eu gostei. Até consegui visualizar nossa vida ali...

Mas já me disseram uma vez: a felicidade está onde você consegue ganhar dinheiro. Imagino que você consiga deduzir o autor da brilhante frase. Infelizmente, é isso que tem nos guiado.

“A Europa está em crise”, “o procedimento nos EUA é tão ou mais complicado que no Brasil”. Bem... sem Europa e Estados Unidos só nos resta mesmo viver no Brasil, já que a África significa o fim da nossa caminhada juntos. E sendo o Brasil a única opção, pela mais absoluta falta de alternativa, ficamos com o Rio.

Dessa forma você tem sua resposta. Daqui a cinco anos estaremos morando no Rio. Em que condições? Não tenho ideia. Se teremos ou não emprego, casa, carro ou dinheiro, isso ficará a cargo do futuro. Por óbvio nos manteremos já que somos perfeitamente capazes de fazê-lo, mas isso não quer dizer que estaremos no seu mundo cor de rosa, nem tampouco nas minhas projeções cinzas.

Só espero que estejamos felizes, ou eu, ao menos, conformada.

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