Alguma vez você já se obrigou a fazer uma projeção mental
sobre o seu futuro? Na tentativa de descobrir como você estará a, por exemplo,
cinco anos? Estou nessa função já tem dias e não pensei que fosse algo tão
difícil. Daí me pergunto se é difícil só para mim ou olhar para o futuro é algo
que comumente não fazemos.
Pela minha experiência eu sei o que eu quero ter, como quero viver, com quem gostaria de estar, mas não tenho a menor pista de como chegar lá. Isso inevitavelmente me leva a questionar quando perdi meus objetivos.
Por mais que eu pense não consigo lembrar porquê deixei de sonhar e quando foi
que passei a somente existir. Eu não era assim... sempre tive tantos planos,
mediatos e imediatos, estratégias, segundas opções. E agora, nada. Há um branco
tanto para o meu passado quanto para o meu futuro.
Viva um dia de cada vez, aproveite o presente, e tantos outros conselhos no
mesmo sentido. Foi isso que eu adotei... e foi assim que me perdi.
O presente é muito importante, mas também o é o futuro e o passado. Esse pelas
lições aprendidas e aquele pelas metas que impõe.
Assim, quando me perguntam o que quero ser, onde quero estar ou o que estarei
fazendo em cinco anos e essa neblina me abraça como resposta, só me resta mesmo
esperar até que ela dissipe. Lanternas ou luzes não ajudam nessas condições.
Acredito que as manhãs guardam o véu da natureza, logo, não tenho qualquer
intenção de esperar o dia inteiro para me mexer. Contudo não acho prudente sair
correndo as cegas.
Em resposta ao título (e a sua pergunta), daqui a cinco anos eu gostaria de ser
segura de mim. De estar feliz, em uma boa casa, com um bom emprego (não sei
qual, não sei o que... só sei que tem que ser algo que me satisfaça), talvez
com uma família (começo a ter medo dessa ideia porque, de repente, os filhos
que eu tanto desejei passaram a ser a razão de toda essa urgência de ser
bem-sucedida, sem me deixar tempo ou margem para errar e começar de novo).
Onde será isso? Não sei... mas sei onde não será... em Foz por exemplo. Não
quero voltar para lá. Por tudo que se apresenta, a resposta lógica é o Rio, mas
isso não significa que eu quero ir para lá... bem como também não significa que
eu não quero. É complicado. Quando estava lá eu gostei. Até consegui
visualizar nossa vida ali...
Mas já me disseram uma vez: a felicidade está onde você consegue ganhar
dinheiro. Imagino que você consiga deduzir o autor da brilhante frase.
Infelizmente, é isso que tem nos guiado.
“A Europa está em crise”, “o procedimento nos EUA é tão ou mais complicado que
no Brasil”. Bem... sem Europa e Estados Unidos só nos resta mesmo viver no
Brasil, já que a África significa o fim da nossa caminhada juntos. E sendo o
Brasil a única opção, pela mais absoluta falta de alternativa, ficamos com o
Rio.
Dessa forma você tem sua resposta. Daqui a cinco anos estaremos morando no Rio.
Em que condições? Não tenho ideia. Se teremos ou não emprego, casa, carro ou
dinheiro, isso ficará a cargo do futuro. Por óbvio nos manteremos já que somos
perfeitamente capazes de fazê-lo, mas isso não quer dizer que estaremos no seu
mundo cor de rosa, nem tampouco nas minhas projeções cinzas.
Só espero que estejamos felizes, ou eu, ao menos, conformada.
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