Ali, esperando o semáforo abrir, um pequeno bloquinho de gelo traçou seu caminho pelo pára-brisas imaculadamente limpo, mas morreu antes de completar seu trajeto rumo às paletas cobertas de neve, que mais lembram galhos secos.
Tudo ao meu redor está coberto de branco. Uma delicada camada que se esfumaça pelos carros que por mim passam, ora virando vapor ora explodindo no chāo quando cai em porções.
O sol brilha grandioso, numa de suas raras aparições por aqui, como se quisesse lembrar sua magnitude. A combinação de luz e neve chega a doer os olhos protegidos por óculos escuros.
Eu vejo tudo através de novos olhos. A neve que sempre sonhei nāo decepciona a versão imaginada e a curiosidade vence o frio intenso que obriga a se encolher dentro de casa, sob a proteção do fogo da lareira e a companhia de uma boa caneca de chá.
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